Na última terça-feira (25), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que não há fundamento para o reconhecimento do impedimento de ministros da Corte no julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, relacionado à trama golpista.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado o afastamento dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, que fazem parte da Primeira Turma do STF e irão julgar o caso. Mendes, no entanto, afirmou que os pedidos de suspeição não são uma estratégia válida para afastar os relatores do processo, destacando que não existem razões para a suspeição ou impedimento.
Além disso, Mendes fez um comentário sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que recentemente advertiu um ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele afirmou que o caso não pode ser comparado com o conluio na Operação Lava Jato e destacou a importância de as informações apresentadas serem verdadeiras e úteis para a obtenção de benefícios legais.
O decano do STF também ressaltou a gravidade das acusações no inquérito sobre a trama golpista, que, segundo ele, são mais sérias do que outros processos históricos da Corte, como o mensalão. A denúncia é robusta, com provas substanciais, como documentos e gravações de reuniões.
Próximos Passos
O julgamento ocorrerá na Primeira Turma, composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros 33 acusados se tornarão réus e começarão a responder a uma ação penal no STF. O julgamento, que ainda não tem data definida, pode ocorrer ainda neste primeiro semestre de 2025.
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil